Anos vendo e criando e-mails marketing e newsletters me fizeram um consumidor incrédulo e desconfiado. Eu vi esse meio deixar de ser uma “ferramenta promissora” para se tornar marginalizada. Hoje, a grande maioria das empresas usam o seu e o meu endereço de e-mail como se fossem nossas melhores amigas.

O e-mail, para a maioria de nós, é uma ferramenta de trabalho, uma grande ferramenta social pela qual nos comunicamos com amigos distantes, virtuais e familiares. Ninguém quer empresas com mensagens irrelevantes enchendo a nossa caixa-de-entrada.

Quando optamos por receber emails de uma empresa, estamos dizendo “estou te dando uma chance, não estrague!”. Isso quer dizer: me trate bem, seja útil, me diga algo novo, não me atrapalhe e não entupa a minha caixa de correio. Resumindo os três parágrafos: respeite o seu destinatário.

Há meses não avaliava uma peça publicitária aqui no blog —algumas pessoas estavam levando muito a sério. Mas achei um ótimo exemplo para ilustrar este artigo sobre como “respeitar o mailing”. O e-mail marketing abaixo —enviado por um shopping center—, cometeu alguns deslizes que eu considero grave. A partir deles, extraí 6 lições para qualquer empresa ou agência que quer levar a sério a ferramenta de e-mail marketing, e isso começa respeitando a caixa-de-entrada dos seus clientes.

Coloque-se no seu lugar. Se você quer criar uma relação próxima com a pessoa (e esse é o maior benefício do e-mail), é preciso deixar claro quem você é. Eu nunca tinha visto 5 peças em 1 e-mail só! Resista à tentação de fazer parte daquele super-mailing, não há nada pior do que a sensação de ser “só mais um”. Isso gera confusão, não cria o menor vínculo com a pessoa que recebe e todos saem prejudicados. Então, se você quer enviar um e-mail marketing, comece sendo você mesmo e criando seus próprios amigos.

Seja objetivo. Essa é uma das leis (se é que há alguma) do webmarketing. Uma das peças tem mais de 60 palavras. A maioria das pessoas não gostam de ler na tela do computador e eu não estou nem me referindo à propaganda. Eu, por exemplo, imprimo artigos muito longos. Mas como ninguém vai imprimir propaganda, use o mínimo de palavras que puder. Sem exceção!

Revista não é internet. Logo, anúncio não é e-mail marketing, assim como outdoor não é banner. Evite “reciclar” anúncios para enviar por e-mail. São linguagens diferentes, formatos diferentes e leituras diferentes. Você pode não estar reciclando, mas talvez esteja utilizando a mesma linguagem. Fique de olho.

O que tem de exclusivo? 9 entre 10 profissionais ressaltam a importância de fazer um e-mail marketing parecer o mais personalizado possível para o destinatário. Para isso, é necessário um pouco de CRM. Mas não precisa ser marketing 1-to-1, agrupar clientes semelhantes pode ser o suficiente para aumentar o resultado. Afinal, você tem um desconto especial ou uma novidade quente e de interesse daquele cliente? Se não tem, não o incomode.

Informe, não enrole. Um dos erros mais comuns é ofertas sem preço. O objetivo principal de qualquer e-mail marketing é informar, não criar interesse (seriamos ingênuos de acreditar que podemos convencer algúem com uma simples imagem enviada por e-mail, cuja a atenção dada é mínima). Lembre-se que o consumidor tem acesso a milhares de ofertas através do Buscapé, Bondfaro e Mercado Livre. Diga o seu preço antes que ele descubra que você é o mais caro.

Revise! Erros —de qualquer espécie— não são mais tolerados na internet do que são em revistas. Numa das peças eu encontrei a palavra “inesquisiveis”.

Fonte: Pequeno Guru